Em algumas sociedades as mulheres desempenham todo o trabalho corporal; noutras, como entre os habitantes das Ilhas Marquesas, na Polinésia Oriental, são os homens quem, além da sua actividade habitual, ainda cozinham, dirigem o governo da casa e tratam das crianças pequenas, enquanto as mulheres passam a maior parte do tempo a enfeitar-se.
Mesmo a regra geralmente aceite, de que a gravidez e a amamentação excluem a mulher das actividades mais pesadas, não é seguida em toda a parte. Entre os indígenas da Tasmânia, exterminados já no século passado, a caça às focas era tarefa das mulheres: nadavam até aos rochedos onde se encontravam as focas, esperavam aí os animais e matavam-nos à pancada. Competia-lhes também caçar uma espécie de cangurus do tamanho aproximado de cães, para o que tinham de trepar a árvores de grande altura.” (Charlotte Bühler, A Psicologia na Vida do Nosso Tempo, Lisboa, F. C. Gulbenkian, p. 439)
Em função deste texto devemos perguntar se existe um fundamento biológico para a afirmação de que as mulheres representam o sexo fraco, ou estamos diante de uma mera construção cultural.