27 setembro 2011

O extraordinário papel das mulheres

                “Entre os Arapaches, no distrito Sepik da Nova Guiné, compete às mulheres trazer cargas mais pesadas do que os homens, visto que – segundo se diz – as suas cabeças são «mais duras e mais fortes».
                Em algumas sociedades as mulheres desempenham todo o trabalho corporal; noutras, como entre os habitantes das Ilhas Marquesas, na Polinésia Oriental, são os homens quem, além da sua actividade habitual, ainda cozinham, dirigem o governo da casa e tratam das crianças pequenas, enquanto as mulheres passam a maior parte do tempo a enfeitar-se.
Mesmo a regra geralmente aceite, de que a gravidez e a amamentação excluem a mulher das actividades mais pesadas, não é seguida em toda a parte. Entre os indígenas da Tasmânia, exterminados já no século passado, a caça às focas era tarefa das mulheres: nadavam até aos rochedos onde se encontravam as focas, esperavam aí os animais e matavam-nos à pancada. Competia-lhes também caçar uma espécie de cangurus do tamanho aproximado de cães, para o que tinham de trepar a árvores de grande altura.” (Charlotte Bühler, A Psicologia na Vida do Nosso Tempo, Lisboa, F. C. Gulbenkian, p. 439)
Em função deste texto devemos perguntar se existe um fundamento biológico para a afirmação de que as mulheres representam o sexo fraco, ou estamos diante de uma mera construção cultural.

25 setembro 2011

A cultura segundo Anthony Giddens

"Quando, em conversas quotidianas, usamos a palavra «cultura», pensamos muitas vezes nela como se representasse as ««coisas mais elevadas do espírito» - a arte, a literatura, a música e a pintura. Quando os sociólogos usam o termo, incluem também essas actividades, mas muitas outras coisas mais. A cultura refere-se aos modos de vida dos membros de uma sociedade, ou de grupos pertencentes a essa sociedade; inclui o modo como se vestem, as suas formas de casamento e de família, os seus padrões de trabalho, cerimónias religiosas e actividades de lazer.
[...]
A cultura de uma sociedade engloba tanto os aspectos intangíveis - as crenças, as ideias e os valores que constituem o teor da cultura - como os aspectos tangíveis - os objectos, os símbolos ou a tecnologia que representam esse conteúdo." (Anthony Giddens, Sociologia, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2007 - 5ª edição, p. 22) 

23 setembro 2011

Ecologia e desenvolvimento sustentável (1)

Para a abordagem das questões relacionadas com a ecologia e o desenvolvimento sustentável no Brasil e à escala planetária vale a pena visitar o site Ecol News no seguinte endereço:
http://www.ecolnews.com.br/index.html

22 setembro 2011

Personalidade e Persona - a máscara

A origem da palavra personalidade sugere uma relação entre a representação dramática e os tipos que passavam no palco do mundo. A palavra tem origem em persona, a máscara que os actores gregos e romanos usavam para indicar as personagens que representavam ao reforçar e caricaturar os seus traços.
"Na sua comédia, os gregos e os romanos tendiam a imaginar as pessoas como tipos, uma tradição que se manteve, sob várias formas, até aos nossos dias. O seu teatro criou uma vasta galeria de personagens: o herói generoso, a linda donzela, a esposa incansável, o marido ciumento, o velho rabugento, o criado astuto, o alcoviteiro, a prostituta com sentimentos, o soldado presumido, o pedante, etc.. Muitos destes tipos ressurgiam em épocas posteriores e noutros países." (Henri Gleitman et al., Psicologia, Lisboa, F.C. Gulbenkian, 2007 - 7ª ed., p. 912.)

Pessoa e cultura - algumas reflexões sobre o problema da identidade (1)

O problema da cultura é o problema da identidade. E o problema da identidade é o problema da diferença, ou melhor, da diferenciação. Através da identidade que a cultura me impregna eu afirmo-me também, por vezes dramaticamente, como ser diferente dos outros. A identidade torna-se problemática porque é por aí que eu me distingo, me diferencio. "A minha identidade é aquilo que faz com que eu não seja idêntico a qualquer outra pessoa" (Amin Maalouf, As Identidades Assassinas, Lisboa, Difel, 2002 - 2ª ed., p. 18)