15 setembro 2012

Globalização - A Humanidade está unida por uma imaginação comum



“Do outro lado do planeta, num longínquo recanto da Amazónia, junto da fronteira entre a Bolívia e o Brasil, surge a mesma promessa ao longo da rua. Em plena floresta virgem, o grupo industrial de construção Mendes Júnior, de São Paulo, faz publicidade em grandes painéis a vivendas individuais inspiradas no modelo norte-americano, idílicas, requintadas e grandes consumidoras de recursos naturais. Em sórdidas cabanas, à beira das águas turvas do rio Purus, jovens caboclos, os mestiços descendentes dos Índios e dos escravos negros, discutem as medidas da nadadora Pamela Anderson, da série televisiva californiana Baywatch, como se se tratasse da filha do vizinho. Ajudados por leitores de vídeo e cassetes provenientes de Hollywood, os negociantes de madeira corrompem a poucas tribos índias que ainda sobrevivem no estado de Rondônia, a fim de que estas os autorizem a abater os últimos cajus das suas reservas. […]



Não tenhamos dúvidas: se a humanidade tivesse hoje de votar para escolher um estilo de vida mundial, poderia efetivamente fazê-lo. Atualmente, mais de quinhentos satélites ativos emitem para a Terra os sinais radiodifundidos da modernidade. Imagens uniformes, em mil milhões de ecrãs de televisão, alimentam os mesmos desejos nas margens do Amur, do Yangtze, do Amazonas, do Ganges e do Nilo. Mesmo nas regiões privadas de qualquer corrente elétrica (por exemplo, o Níger, na África Ocidental), as parabólicas e os painéis solares transportam milhões de pessoas «para fora da sua existência aldeã e para uma dimensão planetária», para usar a expressão do secretário-geral do Clube de Roma, Bertrand Schneider. […] 
Nunca como agora as pessoas souberam tanto e estiveram tão informadas sobre o resto do mundo. Pela primeira vez na sua história, a humanidade está unida por uma imaginação comum.”

Hans-Peter Martin e Harald Schumann, A Armadilha da Globalização, Lisboa, Terramar, 1998, pp. 19-21




08 agosto 2012

Ação de formação (01)

Preparando uma ação de formação para professores no âmbito da Área de Integração, que irá decorrer no próximo ano letivo, aqui vai o programa provisório das sessões:


1. Os pressupostos pedagógicos da Área de Integração (3 h.):
1.1. Interdisciplinaridade e transdisciplinaridade: um desafio às conceções tradicionais da profissionalidade docente

2. Os pressupostos metodológicos da Área de Integração (3 h.):
2.1. Pluralismo metodológico
2.2. Estrutura modular e avaliação

3. Eixos temáticos do programa de Área de Integração (19 h.):
3.1. Sujeito biocultural, cérebro e mente e a ecologia cognitiva.
3.2. A globalização das culturas e cultura global.
3.3. Sociedades em rede e novas formas de sociabilidade.
3.4. Desenvolvimento e crise social e ambiental. A sustentabilidade.
3.5. A sociedade de risco e ética da responsabilidade.
3.6. A Europa: casa de partida ou casa de chegada. Novos direitos e novos desafios para a cidadania.