24 outubro 2011

Adaptação genética e adaptação cultural no processo de hominização

No processo de hominização encontramos duas formas de adaptação: adaptação genética e adaptação cultural. Através da primeira, a espécie humana vai registando alterações no seu genoma, de forma a poder responder melhor ao meio ambiente e melhorar o seu desempenho social. As alterações que ocorrem na sua biologia preparam-no melhor para responder às hostilidades do meio, se bem que apenas aconteçam ao longo de milhares de anos.
Exemplos de modificações na estrutura genética: aquisição de uma postura erecta, oponibilidade do polegar, desenvolvimento do aparelho fonador.
Através da adaptação cultural, o homem desenvolveu laços de cooperação com os seus semelhantes, construiu uma série de objectos que melhoram a sua prática, por exemplo na caça e na agricultura. Ao longo da sua evolução, o homem depende cada vez menos das modificações genéticas e cada vez mais da sua produção cultural. O mundo é cada vez menos natureza e cada vez mais cultura. O homem adapta-se ao meio, mas sobretudo adapta o meio transformando-o. Assiste-se a uma regressão dos instintos que são substituídas por respostas culturais, com a vantagem de estas acontecerem mais rapidamente, serem mais flexíveis e poderem ser transmitidas de geração em geração. O homem produz e controla a sua adaptação em função dos seus projectos e necessidades. Em suma, a cultura possibilita e promove a transformação da natureza, melhorando a instalação do homem no mundo.
(apontamentos de aula, enviados por Helen Moser - 1º TBS)

Apontamentos sobre o conceito de xenofobia (1)

A xenofobia é a aversão ou medo perante tudo o que é diferente, estrangeiro ou estranho para o indivíduo.
A palavra xenofobia deriva da junção de dois termos: xeno + fobia. A palavra xeno provém da palavra grega ‘Xenos’, que significa estranho. ‘Fobia’ designa o medo patológico, aversão impossível de conter.
Como qualquer fobia, a xenofobia pode existir em diferentes intensidades, podendo ter a forma de uma doença psicológica, ou seja, um distúrbio psiquiátrico, relativo ao medo excessivo e descontrolado de tudo o que é diferente ou desconhecido.
A xenofobia pode manifestar-se como medo face a um desconhecido ou perante alguém com uma cultura ou raça diferentes. Esse medo manifesta-se no indivíduo sob a forma de actos discriminatórios, intolerância ou ódio, gerando preconceitos e atos violentos, como acontece por exemplo o racismo e o anti-semitismo. Porém, nem todos os preconceitos são causados pela xenofobia. É um termo utilizado, num sentido mais amplo, referindo-se a qualquer forma de preconceito.
O ser humano possui naturalmente xenofobia ao que é bizarro ou nunca visto por este, como fenómenos sobrenaturais ou extraterrestres, mas tal como todas as formas de xenofobia, tudo depende do indivíduo, da sua cultura e forma de pensar. A xenofobia está relacionada com um erro que faz parte do domínio da crença, não do conhecimento, ou seja, tem uma base irracional e, por isso, escapa a qualquer questionamento fundamentado num argumento ou raciocínio, o que explica o facto de uma pessoa com atitudes xenófobas não ser capaz de nos dar um argumento válido no contexto da realidade que corrobore as suas atitudes perante um certo individuo diferente.
(enviado como apontamento duma aula por Helen Moser - 1º TBS)

22 outubro 2011

Cultura, subcultura e contracultura

"Normalmente, faz-se uma distinção entre cultura (em relação a tudo o que é partilhado por uma sociedade global) e subcultura para indicar uma parte da cultura geral da sociedade, caracterizada por valores, normas e estilo de vida próprios e distintos. Como exemplo de subcultura podemos pensar na dos punks ou na dos rastas; ou, embora em dimensões mais reduzidas, na que se encontra entre os militares, entre os bandos de rapazes da rua, etc.


Fala-se, pelo contrário, de contracultura no caso em que uma subcultura, que se encontra em desacordo radical relativamente à cultura dominante, rejeita de modo consciente algumas das normas sociais mais importantes. O movimento juvenil de 1968 é um bom exemplo de contracultura moderna: quer a ala hippy quer a política 'militante' desafiaram uma série inteira de normas e de valores, inclusive os que estavam centrados na obediência à autoridade, ao êxito, ao conforto material e às restrições sexuais, consideradas centrais pela cultura ocidental." (Lucia Demartis, Compêndio de Sociologia, Lisboa, Edições 70, p. 38)

Cultura material e cultura não material

"A vida dos seres humanos é escandida por hábitos, modelos, conhecimentos, mas também por artefactos e instrumentos de trabalho, graças aos quais eles edificam o seu mundo. A cultura compreende, de facto, todas as atividades humanas, cognoscitivas, afetivas e conativas (que dizem respeito ao agir em sentido estrito) e produtos a ela ligados. [...]
A cultura designa assim quer produtos físicos (monumentos, objetos particulares, troncos totémicos, livros, casas, etc.), quer outras realidades que poderemos definir como ideais (valores, crenças, linguagens, sistemas políticos, etc.). Para sublinhar a presença de ambas as dimensões, os sociólogos preferem atualmente falar de cultura material e de cultura não material, entendendo com o primeiro termo todos os elementos palpáveis (artefactos, utensílios, habitações, etc.) e, no segundo caso, os conhecimentos, os elementos axiológicos, normativos, etc. Mais uma vez, a distinção é apenas conceptual, pois as dimensões materiais são, na realidade, estreitamente dependentes das não materiais, e vice-versa." (Lucia DEMARTIS, Compêndio de Sociologia, Lisboa, Edições 70, pp. 36-37)

Esta distinção entre elementos materiais e elementos não materiais também pode ser feita recorrendo à oposição tangível/intangível para distinguirmos o que é material, isto é, tangível, e o que é não material, isto é, intangível.

11 outubro 2011

A globalização da responsabilidade não significa diluição da responsabilidade

Até meados do século XX, a determinação das responsabilidades e a identificação dos responsáveis pelos desastres ambientais e ecológicos era uma tarefa possível. Contudo, num mundo globalizado, as consequências e as responsabilidades são também globais. Isto não significa que não haja responsáveis. Mais: isso não quer dizer que não haja países mais responsáveis do que outros. Vejamos, a esse propósito, estes dados relativos ao período que vai de 1950 a 1986:
Os Estados Unidos possuíam 5% da população mundial que era responsável por 30% das emissões de carbono, ao passo que a Índia possuía 17% da população mundial e era responsável por menos 2% das emissões.  É evidente um desigual contributo para a situação resultante da emissão de CO2.
Os países em via de desenvolvimento só atingirão os níveis dos países desenvolvidos no contributo para a existência de gases com efeito de estufa no ano 2038. Se pensarmos que um pessoa deve arranjar aquilo que estraga na proporção da sua responsabilidade, então, como afirma Peter Singer em Um Só Mundo – A Ética da Globalização (Lisboa, Gradiva, 2004) “os países desenvolvidos devem ao resto do mundo na solução para o problema da atmosfera” (p.65). Um mundo globalizado com responsáveis globais, não significa a diluição das responsabilidades.

02 outubro 2011

Carta da Terra

Sobre a Carta da Terra, os valores e os princípios dum futuro sustentável, visitar o site com o seguinte endereço:

Uma visita recompensante!


Para ver o texto da Carta da Terra, vale a pena entrar e visitar o site da ASPEA - Associação Portuguesa de Educação Ambiental, no seguinte endereço:




Da bicicleta à motocicleta



Se todos os chineses adquirissem um motocicleta isso resultaria numa verdadeira catástrofe ecológica. É que se a China alcançasse o modelo de consumo ocidental, a produção mundial de gases com efeito de estufa aumentaria setenta por cento! É claro que o nosso modelo de vida não é generalizável, mas como afastar os povos de países em vias de desenvolvimento de modelos que constantemente tentamos exportar e vender? Em alternativa, vamos exigir aos outros aquilo que não conseguimos para nós, como seja uma estratégia de desenvolvimento inovadora e que sacrifique os nossos padrões de estilo de vida? Vamos pedir aos outros para continuarem a usar a bicicleta, para podermos usufruir todos os dias do automóvel?

O que se pretende com o desenvolvimento sustentável

São várias as finalidades do desenvolvimento sustentável. Deixemos aqui enunciadas alguns desses objectivos: repartir e utilizar racionalmente os recursos, reduzir as diferenças entre níveis de vida, valorizar os recursos dos ecossistemas, limitar o uso dos recursos não-renováveis, limitar a produção de resíduos e generalizar a sua reciclagem, diversificar as vias de modernização em função das especificidades locais.
(A partir de AAVV, O Novo Livro dos Verdes, Lisboa, Instituto Piaget, 2001, p. 57)