Até meados do século XX, a determinação das responsabilidades e a identificação dos responsáveis pelos desastres ambientais e ecológicos era uma tarefa possível. Contudo, num mundo globalizado, as consequências e as responsabilidades são também globais. Isto não significa que não haja responsáveis. Mais: isso não quer dizer que não haja países mais responsáveis do que outros. Vejamos, a esse propósito, estes dados relativos ao período que vai de 1950 a 1986:
Os Estados Unidos possuíam 5% da população mundial que era responsável por 30% das emissões de carbono, ao passo que a Índia possuía 17% da população mundial e era responsável por menos 2% das emissões. É evidente um desigual contributo para a situação resultante da emissão de CO2.
Os países em via de desenvolvimento só atingirão os níveis dos países desenvolvidos no contributo para a existência de gases com efeito de estufa no ano 2038. Se pensarmos que um pessoa deve arranjar aquilo que estraga na proporção da sua responsabilidade, então, como afirma Peter Singer em Um Só Mundo – A Ética da Globalização (Lisboa, Gradiva, 2004) “os países desenvolvidos devem ao resto do mundo na solução para o problema da atmosfera” (p.65). Um mundo globalizado com responsáveis globais, não significa a diluição das responsabilidades.
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