"As empresas autoritárias e centralizadas têm falhado pela mesmo razão que têm falhado os Estados autoritários e centralizados: não conseguem lidar com as exigências em matéria de informação do mundo cada vez mais complexo que habitam. Não foi por acaso que as hierarquias começaram a enfrentar problemas precisamente na altura em que, por esse mundo fora, as sociedades passavam das formas de produção industrial para as de alta tecnologia, baseadas na informação.
"[...] Numa sociedade agrícola em que os senhores governavam camponeses, saber montar a cavalo e servir-se da espada, ter alguns conhecimentos de política e a benção do bispo local era provavelmente o bastante para assegurar o monopólio do poder. Mas à medida que as economias se desenvolveram e se tornaram mais complexas, as exigências em termos de informação para governar aumentaram exponencialmente. A governação moderna exige conhecimentos tecnológicos que nenhum governante pode ter a pretensão de dominar sozinho, o que o obriga a confiar em técnicos para tudo e mais alguma coisa, desde a conceção de armas à gestão fiscal." (Francis Fukuyama, A Grande Ruptura, pp. 288-289)
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