02 abril 2013

A organização taylorista e os seus problemas

Para a abordagem dos temas-problema 6.1 e 6.2, deixo aqui um esclarecedor texto sobre a conceção taylorista de organização do trabalho e as suas deficiências...

"O local de trabalho do início do século XX, exemplificado pelas gigantescas fábricas de Henry Ford, era uma organização hierárquica caraterizada por um alto grau de formalismo. Ou seja, havia uma extensiva divisão de trabalho ordenada e controlada através de uma hierarquia burocrática e centralizada, que estabelecia uma grande quantidade de regras formais sobre como os membros individuais da organização deviam comportar-se. Os princípios da gestão científica, tal como foram definidos pelo engenheiro industrial Frederick Winslow Taylor e implementados por Ford, continham implícita a premissa de que uma administração informada permitia economias de escala e que uma organização operaria mais eficazmente se a informação fosse restrita à hierarquia administrativa em vez de ser difundida a todos os trabalhadores.
"Num sistema deste tipo, não havia necessidade de confiança, nem de capital social, nem de normas sociais informais: dizia-se a cada trabalhador onde ficar, como mover os braços e as pernas, quando fazer uma pausa, e de um modo geral não se esperava dele que revelasse o mínimo resquício de criatividade ou de raciocínio. [...]


"O taylorismo era um meio eficaz - talvez o único meio - de coordenar as atividades de uma mão-de-obra industrial pouco especializada. [...] Mas o taylorismo encontrou pela frente todos os problemas que afligem as grandes organizações hierárquicas, como lentidão na tomada de decisões, regras de trabalho inflexíveis e uma incapacidade de adaptação a novas circunstâncias.
"A passagem da organização hierárquica taylorista para a organização achatada ou para a rede envolve transferir a função coordenadora das regras burocráticas formais para normas sociais informais. A autoridade não desaparece numa organização achatada ou numa rede; é interiorizada de um modo que permite auto-organização e autogestão. [...] Em termos de autoridade formal, muitas das funções antigamente atribuídas a gestores do escalão médio passaram a ser desempenhadas por operários da linha de montagem que por sua vez trabalham em equipas. São os próprios trabalhadores que gerem os prazos, a distribuição das máquinas, a disciplina de trabalho e o controlo de qualidade."
Francis Fukuyama, A Grande Ruptura, pp. 303-305 

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